sábado, 27 de novembro de 2010

Melancia



"Olhei para mim mesma no espelho e tive um choque de reconhecimento. 'Ei, eu a conheço', pensei. 'Sou eu. Estou de volta'."


Todo mundo tem uma história, coisa simples sem rodeios ou coisa complicada com vírgulas e exclamações, doces ou amargas, o tempero é uma escolha.
Tem a  história de Anna uma jovem irlandesa de olhos azuis que parecia viver no mundo da lua, um tanto hippie (tirando seu uso constante de narcóticos me identifiquei um tanto com ela..rs), ou a história de Kate que se libertou de um cancer aos 15 anos, ela foi pra um lugar bem melhor ou até quem sabe a história de Danielly minha prima que mora em Petrolina e que desde pequena sempre tão determinada e hoje nas horas de folgas participa de aventuras no sertão. É engraçado porque tenho comprado muitos livros nesse período, quase tão absurdo que nunca consigo ler, normalmente fico lendo mais de um por vez (fala sério) e claro na maioria das vezes deixo algum esquecido na estante da sala ou na rede do terraço. Estou quase compulsiva por eles, escolho pela capa, pelas cores e claro pelo título, meu mais novo "companheiro" me atraiu por dois motivos, a cor da capa e o título:  Melância de Marian Keyes, uma deliciosa história de romance com direito a traição e muito bom humor. E pra não ser diferente pausei com A menina que roubava livros e Quem me roubou de mim, a capa de ambos tem muito cinza kkkkkkkkkkkk (tô tirando onda...rs não é uma questão de ser volúvel mas a ansiedade por uma melancia foi maior e mais interessante...rsrs)
É clichê dizer que no final a gente sempre ri mas é que eu tô cheia dessa nuvenzinha rondando meu ar, querendo deixar nublado o meu sorriso desajeitado e quando o calo aperta eu oro mas também tiro o sapato, é uma estratégia andar descalço é muito mais simples e quando o piso é de grama molhada, mesmo quando pinica, eu me sinto mais livre. Tô aprendendo a não parar e se as críticas forem porque fantasio demais, falando feito criança "eu que me importa" já citei acima, me identifico um tanto com Anna, a irlandesa que parece viver no mundo da lua, cada um faz sua história. Já mencionei prefiro as românticas, as divertidas e quando a vida se encarrega de salpicar tristeza eu também fico triste e quase sempre choro porque no final não sei como, mas vai ser sempre com final Feliz. ^^
Um xeiro meus anjos, muito obrigada pela leitura 'nomeublog...' que nasceu há pouco mais de um ano e que me deixa tão próxima de todos vocês e que me faz inspirar dias melhores.
Ouvindo Beirut e lembrando de Tay a que tem uma história vindo lá de  Minas  (muitas saudades de tu mulher!)
;***

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Agradecendo.


"Minha velha alma cria alma nova
Quer voar pela boca quer sair por aí..." 
                                                                                                  Zeca Baleiro

Foto tirada há um ano (Nov. de 2009) Castelo de Guimarães - PT

Quando a oportunidade aparecer na sua vida faça acontecer, porque vale muito a pena ser feliz, ter a sensação que você conseguiu, superou e vivenciou aquela oportunidade ímpar. Há um ano eu voltei de uma viagem a Portugal foi  i n e s q u  e c í v e l, mágico para falar a verdade! Um milagre porque na situação eu tava bem pra baixo, pra não dizer na fossa rsrs!
E diante da situação eu fui, sozinha! Porque a vida mesmo quando está cinza ainda é vida e você não precisa ficar respirando fumaça, quando te oferecem um verde mesmo que seja do outro lado do continente vá.
Hoje me bateu uma saudade tão grande dessa viagem, foram trinta dias lindos, acrescentei amizades na minha lista, foram recitados poemas, vi castelos iguais aos contos que tanto amo, ouvi um fado belissimo na cidade de Sintra, visitei um oceanário praticamente nadei daqueles peixes todos rs, Lisboa e seus encantos. Conheci até a Espanha, quem diria. Pra quem tava na fossa eu até que me superei. Eu senti tanta saudade quando estive lá mas sabia o quanto eu sentiria quando tudo passasse a ser lembranças. É assim que me sinto hoje, com um "presente" lindo, visível nas mais de 400 fotos que tirei e que saudade daquele frio todo rs.
Agradeço a Deus primeiramente e também aos meus pais pelo amor, minha irmã Kata, tia Lia, minha prima Dany, minha família, meus amigos e aos meus primos Manu e Lino pelo convite e por me acomodaram e sua casa em Casal de São Brás em Lisboa e a minha irmã Keyla e meus sobrinhos Joana e João que também me acolheram em sua casa em Guimarães a primeira cidade Portuguesa.
O que eu tiro como lição disso tudo é que Deus é maior do que qualquer coisa que podemos pensar, que sua Graça é concedida sempre e que nunca devemos colocar ninguém, além dEle, no centro de nossas vidas, ninguém! Quando entregamos nosso coração para alguém e este alguém se vai a gente fica sem...e pra voltar a pulsar é quase por milagre!
Sabe o mais engraçado? Hoje apesar de toda a falta que ainda existe estou mais viva do que ontem e leve, muito leve. Ontem comemoramos mais um feriado e eu estava na praia cedinho, sentindo infinitamente a paz de um dia calmo, eu conversei, agradeci a Deus!
Obrigada Pai por todas as oportunidades, a crise nos impulsiona pra frente e eu tô indo...rs

Foto tirada ontem na Praia de Maria Farinha - PE

sábado, 6 de novembro de 2010

Aquiete-se


"É impossível ver o próprio reflexo em águas movimentadas..."
Liz Gilbert
Sem questionar apertou qualquer número no elevador, não sabia qual andar escolher, retirou aquele casaco escuro de lã, perfumado com o absinto da sua pele clara, deixou-o cair no chão e sem saber seguiu a esmo, a noite já não pedia moldes e nem companhia.
Do seu jeito, sem atribuir um ritmo certo, ela foi, pausou, olhou o céu anil e as poucas estrelas presentes. Sentiu que o frio lhe arrepiava mas nada lhe encobriria naquela noite além das buzinas que desconcentravam o silêncio.
Ela parou de desenhar corações e de espalhar pétalas pelo chão, ouviu uma canção francesa e  sem nenhuma armadilha sorriu timidamente, pensou que aquietar-se era bom, buscar o reflexo de um rosto todo seu, sem blush rosado, sem modelos artificiais. Gostou de se ver limpa, nua sem qualquer culpa. Desejou eternizar aquela paz que a transparência lhe deu, tocou o peito e sentiu o ritmo do seu pulso vivo e o eco do seu riso calmo.


Faz assim, não falemos nada hoje me deixe te abraçar, me doe um sorriso calmo e deixa eu chorar baixinho, se eu quiser.